O gato é um
animal fascinante.
O
que gera de amor e ódio é quase inacreditável. Sua história no decorrer dos
séculos é variada e por isso buscar um significado para uma tatuagem de
gatos, baseado no que nos dizem os antigos nos deixa perdido e praticamente
na estaca zero.
Os
gatos sempre fascinaram os homens através dos anos da história. Eles são
criaturas lunares, e estão associados às artes mágicas, proteção da casa e
mulheres. Eles também representam a conciliação dos opostos: a pele macia e
as garras afiadas.
O
gato pode significar:
Forte
protetor em situações conflituais. Como um animal místico, o gato é também um
forte guardião do interior dos poderes.
Na
Cabala Cristã e no budismo o gato representa a sabedoria, a prudência e a
vivacidade.
Na
Cabala Judaica, o gato é associado ao mal e ao pecado. (Eu não sei disso, não. Achei uma viagem...)
Na
Índia, o gato é considerado ambíguo, porque foi o único animal que não quis
ver a elevação de Buda, mas isso também poderia significar que ele foi o
único a entender o budismo, que prega a indiferença diante de acontecimentos
para atingir a iluminação.
Na
magia ele representa o guardião, o animal que é a ponte para o
submundo....daí juntou-se o preto com a escuridão, mitos da morte e associaram
o gato preto como o animal da bruxa, o guardião e o elo com o demônio.
Enfim...
GATO, segundo o “Dicionário de Símbolo”, Jean Chevalier
& Alain Gheerbrant; José Olympio Editora; 8ª Edição, 1994 – Págs. 461-462
e 463 é:
"O
simbolismo do gato é muito heterogêneo, pois oscila entre as tendências
benéficas e maléficas, o que se pode explicar pela atitude a um só tempo
terna e dissimulada do animal. No Japão, o gato é um animal de mau
augúrio, capaz, segundo dizem, de matar as mulheres e de tomar-lhes a forma. O
célebre e tranquilo gato de Jingorô, em Nikko (pequenina cidade do município
de Tochigi, bastante próxima de Tóquio, e um dos principais centros de
peregrinação e turismo do Japão), parece não ter senão um valor decorativo.
No mundo búdico, censura-se o gato por ter sido um dos dois únicos
animais (a serpente foi o outro) que não se comoveram com a morte do Buda; o
que poderia, no entanto, de um ponto de vista diferente, ser considerado como
sinal de sabedoria superior.
Encontram-se,
na Índia, estátuas de gatos ascetas que representam a beatitude do
mundo animal (Kramrisch); mas o gato é também, ao contrário, a montaria e
a aparência exterior assumida pela iogini Vidali. Na China antiga, o
gato era considerado mais como animal benfazejo, e sua postura era imitada
nas danças agrárias, assim como a do leopardo (Granet).
Ainda
em nossos dias, no Kampuchea (Camboja), costuma-se transportar um gato
engaiolado de casa em casa, no decurso de uma procissão cantante, com a
finalidade de obter a chuva: cada morador do vilarejo deve regar o gato,
cujos aflitos miados, diz a crença, comovem Indra, o deus distribuidor do aguaceiro fecundante. Esse costume
pode ser interpretado de diversas maneiras quando se leva em conta o
simbolismo da chuva. O gato, portanto, está ligado à seca que, por sua vez, evoca
a noção de caos primordial, de prima matéria
não fecundada pelas águas superiores.
Pode-se
notar, pelo menos à guisa de curiosidade, que tanto na Cabala como no
budismo o gato é associado à serpente: indica o pecado, o abuso dos bens
deste mundo (Devoucoux). Nesse sentido, o gato é por vezes representado aos
pés do Cristo.
O
artesanato popular vietnamita de imagens satíricas faz do gato o
emblema do mandarim, em última análise o equivalente exato da expressão
francesa chat fourré (trad. Lit.:
gato enfeitado de peles, designação humorística dos doutores, magistrados ou
altos dignitários cujos trajes de cerimônia são guarnecidos de pele).
O
Egito antigo venerava, na figura do gato divino, a deusa Bastet,
benfeitora e protetora do homem. Numerosas obras de arte o representam com
uma faca numa das patas, decepando a cabeça da serpente Apófis, o Dragão
das Trevas, que personifica os inimigos do Sol e que se esforça por fazer
soçobrar a barca sagrada, durante sua travessia pelo mundo subterrâneo. Neste
caso, o gato simboliza a força e a agilidade do felino, postas a serviço do
homem por uma deusa tutelar a fim de ajudá-lo a triunfar sobre seus inimigos
ocultos.
Na
tradição celta, o simbolismo do gato é muito menos favorável do que o
do cão ou do lince. O animal parece ter sido considerado com alguma desconfiança. Cenn Chaitt, o cabeça de gato, é o apodo do usurpador
Cairpre que, ao ocupar o trono da suprema realeza, causa a ruína da Irlanda.
Um gato mítico pune, na navegação de Mael-Duin,
um dos irmãos de leite deste último, que pretendera, num castelo deserto onde
o bando se detivera para festejar, se apoderar de um círculo de ouro. O
ladrão é reduzido a cinzas por uma labareda lançada pelos olhos do gatinho
que, em seguida, volta às suas brincadeiras. O porteiro do Rei Nuada, em
Tara, tinha também um olho de gato, e isso o incomodava quando queria dormir,
pois, durante a noite, com os guinchos de ratos e pios de pássaros, o olho se
abria. E por fim,, no País de Gales, um dos três flagelos da Ilha de
Anglesey, segundo as Tríades da ilha da Bretanha, é um gato parido pela
leitoa mítica Henwen (Velha-branca); atirado ao mar pelo guardador de porcos,
ele foi, desgraçadamente, salvo e criado por imprudentes. Entretanto, fica-se
na dúvida sobre um certo ponto em todas essas lendas, pois em alguns casos é
possível que se tratasse do gato selvagem, e não do gato doméstico.
Na
tradição muçulmana, o gato (qatt) é considerado como um animal
basicamente favorável, salvo se for preto. De acordo com a lenda, como os
ratos incomodassem os passageiros da Arca, Noé passou a mão na testa do leão
que espirrou, lançando fora um casal de gatos; esta é a razão pela qual esse
animal se assemelha ao leão. O gato é dotado de baraka. Um gato
completamente preto possui qualidades mágicas. Dá-se sua carne a comer para
ficar livre da magia; se o baço de um gato preto for pendurado bem junto do
corpo de uma mulher menstruada, interrompe-lhe as regras. Utiliza-se o sangue
do gato preto para escrever poderosas palavras encantatórias. Ele tem sete
vidas. Muitas vezes, os Djin (nome que os árabes dão a seres,
benéficos ou maléficos, superiores aos homens e inferiores aos anjos)
aparecem sob a forma de gatos.
Na
Pérsia,
quando se maltrata um gato preto, corre-se o risco de estar maltratando o seu
próprio hemzad (espírito nascido
ao mesmo tempo que o homem, para lhe fazer companhia) e assim, de
prejudicar-se a si mesmo. Segundo outros, um gato preto é um Djin malfazejo que se deve
cumprimentar, sempre que ele entra durante a noite num quarto.
Em
muitas tradições, o gato preto simboliza a obscuridade e a morte.
Às
vezes, o gato é concebido como um servidor dos Infernos. Os nias (Sumatra)
conhecem a árvore cósmica que deu nascimento a todas as coisas. Os mortos,
para subirem ao céu, passam por uma ponte: debaixo dessa ponte está o abismo
do inferno. Um guardião está postado à entrada do céu, com um escudo e uma
lança; um gato ajuda-o a atirar as almas pecadoras nas águas do inferno.
Entre
os índios pawnees da América do Norte, o gato é um símbolo da sagacidade, de reflexão, de
engenhosidade; ele é observador,
malicioso e ponderado, alcançando sempre seus fins. Por essa razão era um
animal sagrado, que só podia ser morto com finalidade religiosa e através de
alguns rituais.
Depois
da sagacidade, e engenhosidade vem o dom da clarividência, o que leva os povos da África Central a
confeccionarem suas sacolas de remédios
com pele de gatos selvagens.”
O
gato, assim como inúmeros outros animais, possui um simbolismo muito
diversificado, variando entre significados benéficos e maléficos, dependendo
da mitologia e da religião em que o animal é descrito. A mitologia
trata-se de algo importantíssimo para humanidade, pois graças à ela as
pessoas buscam atingir as virtudes e qualidades que os deuses representam.
Porém, não podemos nos deixar levar por atitudes que, supostamente, nos
trariam benefícios em troca do bem-estar ou mesmo da vida de qualquer animal.
Crer que um gato, por exemplo, somente por ser preto, possa nos levar à morte
ou nos trazer mau agouro passa um pouco dos limites, uma vez que muitas
pessoas fazem-no sofrer ou o sacrificam por prevenção à estas situações
maléficas.
"A Igreja, no início de sua história,
adotou alguns símbolos pagãos e rejeitou outros. Assim, Jesus se tornou o
"Leão de Judá", e a serpente a égide do mal. Na seita dos coptas,
surgida por volta do século I d.C., havia no evangelho gatos que julgavam os
homens após a morte. A primitiva Igreja Celta associou vários santos às
tradições pagãs e ao culto do gato. (...)
Na Idade Média, entretanto, a imagem
do gato começou a mudar. No século V, os gnósticos, que atribuíam igual
importância a Jesus, Buda e Zoroastro, foram acusados de adorar o demônio na
figura de um gato preto, macho. Em 1344, surge na França o culto de São Vito,
em Metz, queimando vivos anualmente 13 gatos em uma gaiola.
Quando a peste negra atacou a
Europa, dizimando quase um terço da população, inicialmente os gatos foram
considerados culpados e perseguidos, ordenando-se a sua destruição.
A associação da figura do gato ao
culto ao demônio levou inevitavelmente à sua vinculação à feitiçaria e às
artes mágicas. No século XV, na Alemanha, ressurgem cultos pagãos como o da
deusa Freya. Em 1484, o papa Inocêncio VIII difunde a crença de que as
feiticeiras veneravam Satanás encarnado em gato. Por toda a Europa, pessoas
inocentes foram torturadas em nome de Deus. E, com elas, seus gatos. Em
Ypres, na França, centenas de gatos eram atirados do alto de um campanário em
um festival anual. Milhares de gatos foram sacrificados em rituais durante a
Páscoa. A perseguição chegou até mesmo à América quando, em 1692, várias
pessoas foram executadas em Salem, no estado de Massachusetts."
Fonte:
Deixe um gato supreender você, Yara
Rocca, Instinto editorial, 1 edição, 2007.
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