quinta-feira, 25 de março de 2010

PITTY



Gente, quero apresentar-lhes o mais novo membro da família. Uma menininha muito sapeca. Confiram o diário abaixo.




04/01/2012 – Quarta-feira – às 09:13:13 da manhã


Apareceu um gatinho muito fofo aqui em casa, veio no motor do carro de um amigo nosso.
Estava dentro do motor desde o dia 01 de janeiro. Deve ter se enfiado lá por conta dos fogos de 31 de Dezembro. Daí o dono do carro veio de Niterói para o RJ com ele dentro do motor do carro.
Calculo que ele tenha cerca de dois meses.  Ainda não escolhi o nome dele. É muito meigo. Super diferente do Pin, este não morde, nem arranha e é totalmente receptivo a todos nós. Aparentemente está muito gripado, espirrando, e com uma secreção nos olhos (pus), mas é muito lindinho! Vamos levar no veterinário amanhã para saber o que está havendo com ele. Em breve verão a foto dele aqui.

O Pin está ronronando para ele. O Kim e o Nick também.

Os meu gatinhos estão muito enciumados, mas não há nada que o tempo não mude.

Agora voltei a ter sete gatinhos...


 
Pit



Pois é, não imaginam o que o veterinário constatou:

O gatinho está com o fêmur quebrado e com uma baita virose. Ela quebrou numa parte que é denominada “colo” – entre a “cabeça e o trocanter maior”. Está sendo medicada.
Olha o fêmur aí:




Hoje (09/01/2012) meu pai faz um ano de morto. Estou muito triste. Mas vou tratar dela com tanto amor que sei que vai ficar boa.
Sem falar que Lili sumiu (ontem – 08/01/2012). Hoje vou recomeçar minha maratona de procurar nos quarteirões próximos por ela.

Nem precisei, ela pareceu. Era ciúme do gatinho.

Observem os olhos da gatinha abaixo (sim, porque o veterinário disse que é fêmea), como está triste.

Enfim...

Aguardem notícias.





12/01/2012

O Kim e o Nick já não se importam com a presença dela, ufa! E o Pin, já está chamando ela para brincar.

A gatinha está tomando a medicação há três dias. E está melhorando. Já está até brincando, pulando e correndo. Os ossos são molinhos, daí temos fé de que ela não vai precisar operar o fêmur. Se Deus quiser.



03/02/2012


Ela está muito serelepe.  E a boa notícia é que o fêmur colou, não vai precisar operar. Ufa!!! Reparem como está gordinha.





Gente, vocês nem imaginam o que descobri. A Pitty está prenha! É isso mesmo, a safadinha ficou prenha antes de completar os seis meses (prazo para ser esterelizada). Estou eu as voltas com mais filhotinhos de gatos em breve. A barriga dela está enorme. Estou preocupada porque ela não tem noção de que tem gatinhos dentro da barriga, pois que pula para lá e para cá, o dia todo.

Estou atenta, se a natureza não fizer o trabalho de parto vou tentar ajudar e/ou levar ao veterinário. Vamos ver.

Vou postar aqui fotos dela grávida, vão ver que fofa...











Fim de um Ciclo

É a mais triste das tristezas da vida”
(Lenau E. Renouvier)



É com profunda tristeza, neste final de inverno (de 2012), que comunico que minha gatinha Pitty morreu. Acabei de enterrá-la, curiosamente no horário da entrada da Primavera, embaixo da mangueira, tendo em vista que ela adorava ficar em cima desta árvore.

Vim para o PC, porque preciso escrever o que estou sentindo...
É uma dor que somente quem ama os animais, pode avaliar.
Nossa, o que eu estou sentindo...

Vou tentar descrever o que aconteceu...

Bem sabem que a Pitty veio para mim de dentro do motor de um carro em janeiro deste ano. Tinha, segundo o veterinário, cerca de dois meses. Pois bem, eu pretendia esteriliza-la em julho, quando soube que ela estava prenha. Então decidi que ela ia ter os filhotinhos e depois que os bichinhos desmamassem eu a levaria no veterinário para esterilizar.

Pois é, estou arrasada, porque não sabia que ela era muito pequena para cruzar e que os órgãos ainda não estavam completamente formados. E me sinto culpada por isso.

Ela era muito feliz, e pulava para lá e para cá, e brincava com os outros gatinhos. Mas ocorreu que ontem à noite, de repente, começou a miar sem parar e eu fiquei sem saber o que fazer, daí ela entrou no meu quarto e começou a arranhar o guarda-roupa, então eu abri e ela se meteu lá dentro. Então pensei, acho que está em trabalho de parto, enfim, depois eu lavo tudo e deixei-a quieta.

A noite inteira eu ia olhar, e, nada acontecia. Então meu marido resolveu leva-la no veterinário pela manhã. Enquanto isso, eu alisava a barriguinha dela e dizia o quanto a amava. De repente, ela pulou do guarda-roupa e foi para o corredor deitar-se no chão, e, vi um gatinho nascendo ao contrário, ou seja, saiu a bundinha do bichinho, ao invés da cabecinha. E ela fazia força e o bichinho não saía. Eu fiquei super nervosa, e falei para o meu marido ir ligando o carro (que é a álcool) e ir abrindo o portão. Nisso coloquei uma luva e tentei puxar com muito cuidado, e ela gritava. Nossa! Não imaginam os momentos difíceis que eu passei. Meu marido veio, viu e colocou uma luva para tentar puxar o bichinho, e conseguiu, para alívio da Pitty. A placenta saiu junto, mas o bichinho estava morto. Eu imaginava isso, tendo em vista que ele estava virado. E falei que eu achava que os demais também estavam virados. Enfim, dei um beijo nela e mais uma vez falei o quanto eu a amava e ela me olhou de um jeito que nunca vou esquecer... e meu marido a colocou na casinha de gatinhos e saiu a toda. Minutos se passaram, que mais pareciam horas. Meu marido me ligou e disse: Todos os filhotes estão mortos (constatados pelo veterinário) e ele vai fazer uma cesariana para tirá-los. Então eu disse: Eu não quero que ela sofra. Meu marido me disse que ela já havia sido sedada e estava dormindo.

Daí, eu não conseguia dormir, diante de um fato desses e coloquei uma música clássica e fiquei andando para lá e pra cá. De repente, meu marido chega e pela cara dele eu pude saber o que havia acontecido. Senti uma pontada no peito. E ele entrou com ela nos braços embrulhadinha numa toalha, e disse: “Ela teve uma hemorragia intensa e não aguentou. Tinha que ver como ela me olhou feliz”.

Ficamos ali com ela nos braços, os dois, em silêncio absoluto, por longo tempo.

Aquela gatinha, como todos os outros gatinhos que tenho são como meus filhos. Quem ama os bichos entende o que estou dizendo. E agora, estava ali morta...

Entendo que nada na vida é por acaso, portanto, que a minha Pitty, apesar de ter trazido tanta alegria e felicidade para a nossa casa, tinha cumprido seu propósito, que não tenho a menor idéia de qual teria sido, mas que certamente foi muito bem realizado.

Mas, ainda assim, não consigo conter minhas lágrimas. E volto a questionar o insondável. Ainda que saiba que um Ascendente em Escorpião, como é o meu caso, tem que se acostumar a lidar com perdas, e, como a fênix, renascer das cinzas.

Pelo menos sei que ela foi muito feliz aqui conosco. Foi muito bem tratada, teve muito carinho, cuidados e manutenção. Brincou muito e viveu o pouco tempo de vida com muita alegria

A morte é indiscutivelmente o maior problema a ser enfrentado nesta vida, “perdas” machucam a fundo. Embora reflito numa frase de Pascal e/ou La  Rochefoucauld (século XVII), que diz: “Nem a morte, nem o Sol podem ser olhados de frente”. E que infelizmente não podemos evitar. Segundo, o filósofo alemão Martin Heidegger,... “o homem (os bichinhos também) é o “ser-para-a-morte”: “Zum-Tode-sein”. Isto significaria que entre as diversas possibilidades do homem há uma que representa “a possibilidade da impossibilidade”, ou seja, quando esta ocorre, todas as demais possibilidades ficam excluídas.”

A "existência" é uma suspensão temporária entre o nascimento e a morte. O projeto de vida do homem tem origem no seu passado (em suas experiências) e continuam para o futuro, o qual o homem não pode controlar e onde esse projeto será sempre incompleto, limitado pela morte que não pode evitar.

A angústia funciona para revelar o ser autêntico, e a liberdade (Frei-sein) como uma potencialidade. Ela enseja o homem a escolher a si mesmo e governar a si mesmo.

Na angústia, a relevância do tempo, da finitude da existência humana (como a de outros reinos da natureza também), é experimentada então como uma liberdade para encontrar-se com sua própria morte (das Freisein für den Tod), um "estar preparado para" e um contínuo "estar relacionado com" sua própria morte (Sein zum Tode). Na angústia, todas as coisas, todas as entidades (Seiendes) em que o homem estava mergulhado se afastam, afundando em um "nada e em nenhum lugar," e o homem então em meio às coisas paira isolado, e em nenhuma parte se acha em casa (Un-heimlichkeit, Un-zu-hause). Enfrenta o vazio, a "nenhum-coisa-idade" (das Nichts); e toda a "rotinidade" desaparece -- e isto é bom, uma vez que então encontra a potencialidade de ser de modo autêntico.

Assim, a angustia "sóbria" (nüchtern) e a confrontação implicada com morte são para Heidegger primeiramente ferramentas, têm importância metodológica: certos fundamentos são revelados. A ansiedade abre o homem para o ser.

Entre as estruturas reveladas estão as potencialidades do homem para ser alegremente ativo (".. conhecer a alegria [die wissende Heiterkeit] é uma porta para o eterno"). Isto não quer dizer que o Ser participa do lado negro do desespero, da angústia; o Ser é associado com a " luz " e com " a alegria " (das Heitere). Pensar o ser é chegar ao verdadeiro lar.

Por isso, dos três existenciais, Heidegger privilegia o futuro, porque é esta projeção para o advir e o golpe da devolução no embate com a morte que lá está que o leva a pensar e à autoconscientização.

O homem pode então introduzir esse conhecimento existencial no projeto de sua vida, e assim se apropriar da existência fazendo-a efetivamente sua, tornando-se autêntico, não mais um ente sem raízes. Para essa visão existencial do homem, em que ele se conscientiza das estruturas existenciais a que está condicionado e que o tira da superficialidade em que desenvolve seus conflitos tornou-se sedutora para a psiquiatria, surgindo ai proeminentes terapeutas existencialistas como Binswanger, Boss e Ronald Laing.

Não vou enviar mensagens neste final de semana, talvez nem nos próximos, preciso de um tempo. Preciso preencher esta sensação de vazio interior que um evento triste como esse me causa.

Estranhamente, meu outros gatinhos estão ao meu redor, como que me consolando. Enfim...

Feliz Novo Começo para todos vocês.

Martha Cibelli













Mais da Pitty...

 

Pitty

(2011 -2012)

 

Pois é, pessoal, hoje faz menos de um mês que a Pitty faleceu, é estranho viver sem ela, mas o “Senhor do Tempo”, vai nos liberando da dor. Ainda pensamos nela, quando brincava, nos locais em que dormia, seus hábitos e manias... Mas a vida segue em frente, e, existem os outros gatinhos que requerem minha atenção. Inclusive o “Tião” (o chamamos assim), um gatinho de rua que vive por aqui, inclusive calculo que tenha sido ele o pai dos filhotes da Pitty. Aos pouquinhos ele está se aproximando...

No dia 22 de outubro de 2012, vai fazer um mês que perdemos a Pitty, ainda bem que o “Tempo” está acelerado.

  
 
Adeus minha pequena.

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