Babi
Pois é, tenho uma gatinha (Babi) que não sei a idade
dela, por ter pego ela prenha já adulta. Isso já tem oito anos. Acredito que
ela está idosa, por perceber um certo cansaço - dorme o dia todo e a noite
também – além da queda de pelo, que tenho que estar sempre escovando. Sem falar
que pede carinho demais. Enfim, estou dando vitamina e de resto sigo minha
intuição. Ela está bem.
Tal
como as pessoas, os nossos amigos felinos também envelhecem. Tal como as
pessoas, esse processo implica alguma mudança de comportamento/temperamento e
também no organismo.
É
por isso natural que o dono tenha que apoiar de forma especial o seu gato
idoso, para que possa ver aumentada a sua qualidade de vida e inclusive, para
que possa ser prolongado o tempo de vida.
É importante não esquecer que a forma como o gato foi mantido ao
longo de toda a sua vida, vai contribuir decisivamente para aumentar as hipóteses
de viver uma velhice sem problemas.
Quantos
anos posso esperar que o meu gato esteja comigo e quando começa a fase do
envelhecimento?
Amamos
os nossos animais e gostaríamos que vivesse tanto quanto nós. Tal não é possível,
mas um gato pode viver, em média, entre 14/16 anos. Há gatos que vivem 20 e até
mais anos, mas não é comum que tal aconteça.
Geralmente,
diz-se que um gato entra na “terceira idade”
aos 9/10 anos. No entanto, é errado
considerar
que um gato com essa idade é um velho ou idoso. Lentamente o gato pode ir demonstrando
o “peso” da idade, mas sinais notórios
de envelhecimento só vão aparecer alguns anos mais tarde.
Existe
uma alteração no seu comportamento?
Naturalmente
que a velhice também significa para o gato uma diminuição das capacidades físicas
e por isso, o gato vai ficar menos ativo. As corridas são mais raras, a
capacidade de saltar também diminui. Ficará menos brincalhão, talvez mais sensível
a festas. Poderá isolar-se, para poder descansar mais à vontade.
Quais
os sinais físicos que indicam o envelhecimento?
Vai
tornar-se cada vez mais pachorrento e sedentário, passando ainda mais tempo a
dormir.
As
brincadeiras serão cada vez mais raras, embora deva continuar a insistir em
brincar com
Ele.
Na
medida em que se mexe menos, pode ter tendência para engordar, mas o oposto
pode também ocorrer e o gato começar a emagrecer: se esse emagrecimento for
muito acentuado, é
possível
que alguma coisa não esteja bem e ele deve ser visto pelo veterinário.
Os
dentes dos gatos também acusam o envelhecimento. Podem ficar escuros e até
cair.
Podem
aparecer gengivites. A comida em secos ajuda a controlar problemas com os
dentes e
acumulação
de tártaro.
Por
outro lado, também a visão, a audição e até o paladar podem ver-se reduzidas,
sobretudo em gatos realmente muito idosos.
O
pelo fica menos brilhante, cai com mais frequência e quantidade, e podem até
surgir algumas peladas.
A
agilidade pode ficar diminuída. Se ele já não consegue saltar para os seus sítios
favoritos, dê-lhe uma ajuda.
Devo
mudar a alimentação?
As
necessidades fisiológicas alteram-se com a idade, pelo que é recomendável que
passe a dar comida específica para gatos idosos e a evitar determinados
alimentos. As rações são completas e procuram contribuir para evitar que o gato
se torne obeso (não se esqueça também que ele vai passar a ser cada vez menos
activo e mais dorminhoco), ajudando igualmente a controlar eventuais problemas
renais, que são uma das doenças que com maior frequência afetam os gatos
idosos.
Existem
já diversos suplementos alimentares, que só devem ser dados a conselho do veterinário.
Que
outros cuidados devo ter com ele?
Escove
o gato com frequência, para lhe retirar o pelo velho. Como ele vai lavar-se
cada vez menos e deixará de ter a agilidade de outrora para chegar a todo o
corpo, tenha o cuidado de periodicamente, o ir limpando com toalhetes, ajudando
a que mantenha a sua beleza felina.
Também
os gatos se tornam cada vez mais friorentos, por isso reforce a cama onde ele costuma
estar com uma almofadinha e cobertor. Não se admire se ele procurar cada vez
mais o conforto do aquecedor.
Esteja
atento a mudanças de apetite e também à quantidade de água que ele bebe. Beber água
em excesso é sinal de problemas renais. Um outro indicador de problemas renais,
pode ser dado pelo odor estranho que o gato pode passar a ter. Neste caso,
dirija-se de imediato ao seu veterinário. Com uma análise simples detectará se
existe ou não insuficiência renal e com uma alimentação adequada para este tipo
de problema, poderá controlar a doença.
Se
notar algo de estranho no comportamento, se fisicamente alguma coisa lhe chamar
a atenção, convém que não demore a levar o gato ao veterinário.
E
sobretudo, faça com que até ao fim o seu gato se sinta dono do seu coração.
Mime-o e desfrute da sua companhia, sempre que lhe for possível. Respeite a sua
necessidade de isolamento, se ela for evidente, mas não se esqueça que ele
ainda ali está, só porque ele deixou de o procurar com mais frequência. Não o
ignore quando ele chama a sua atenção.
Faça-lhe
festas (ainda mais). Esteja com ele até ao fim e mais do nunca, não o abandone.
Minhas sinceras desculpas por não me lembrar de onde baixei este
PDF. Acaso saibam, me enviem um
email.
Faça
seu gatinho partir deste plano com tranquilidade, recebendo muito AMOR.
Mais
sobre envelhecimento dos bichanos...
O
envelhecimento é um processo inevitável e irreversível. Contudo, o estado débil
atribuído ao gato geriátrico, pode ser oriundo de uma enfermidade que pode ser
corrigida ou pelo menos tratável pelo médico veterinário. Deve-se diferenciar
as mudanças inerentes ao processo de envelhecimento daquelas em função dos
processos patológicos.
O
ciclo de vida do gato pode ser dividido em quatro estágios: filhotes –
faixa etária compreendendo 6 a 8 meses; adultos – animais com 1 a 7 anos
de idade; idosos – entre 8 a 12 anos; geriátricos – após os 12
anos.
O
número de gatos idosos e geriátricos vem aumentando no atendimento clínico
diário. Isso se deve pelo aumento da preferência do felino como animal de
estimação e pelo fato da medicina veterinária preventiva ter evoluindo muito.
Hoje os gatos são favorecidos pelos programas de vacinação, dietas
mais adequadas para a faixa etária e de prescrição (segundo as
enfermidades), além da evolução das técnicas para obtenção de um melhor
diagnóstico, somando-se ainda, a participação de proprietários mais
conscientes e zelosos pela saúde do seu gato. Tudo isso fez com que a expectativa
de vida dos gatos, que era de 10 anos, passasse para 15 anos. Se
estimarmos em 15 anos a longevidade média de um gato, este atingirá o último
terço de vida ao redor dos 10 anos de idade, o que corresponde a uma definição
comum de envelhecimento qualquer que seja a espécie envolvida. Neste
estágio, geralmente aparecem sinais que chamam a atenção dos proprietários: falta
de dinamismo, sonolência, alteração do pêlo.
A
expectativa de vida máxima de um gato é geneticamente programada. Ao
contrário do que ocorre com os cães, a raça tem pouca influência na
expectativa de vida do gato, mas varia consideravelmente em função do ambiente
do animal. Para um gato que vive fora de casa, a expectativa de vida é de
apenas 10 anos, mas um animal confinado em um universo muito protegido atinge
18 a 20 anos de idade. Alguns gatos são conhecidos por terem vivido mais de 30
anos. Hoje em dia os gatos são castrados com freqüência e
vivem mais no interior das casas: portanto, estão menos expostos
a acidentes. Uma alimentação apropriada e de qualidade permite
combater os fenômenos patológicos e fisiológicos ligados ao envelhecimento,
manter o peso do gato em seu nível ideal, e contribuir para a prevenção de
problemas urinários.
O
conhecimento da influência do envelhecimento em cada um dos sistemas orgânicos
aumenta a capacidade para criar critérios para os meios de diagnósticos, para
planejar programas de prevenção de doenças e instituir terapias adequadas. Os
gatos idosos e geriátricos são mais sedentários, menos enérgicos, menos
curiosos e mais restritos em suas atividades. Eles se ajustam lentamente
às mudanças da dieta, atividades e rotina. Eles são menos tolerantes ao
calor ou frio extremo. Eles procuram locais confortáveis aquecidos e dormem
por longos períodos. Os pêlos apresentam-se embolados, secos e
sem brilho, visto que os gatos idosos costumam perder o interesse de se
lamberem. Quando manipulados, são mais fáceis de se irritar.
Muitas
das mudanças comportamentais ocorrem pelas alterações nos órgãos dos
sentidos: diminuição da audição, da visão e do olfato. As unhas são
pouco desgastadas e é comum vê-las introduzidas nos coxins (almofadinha das
patas). Eles apresentam dores articulares, em função de doenças
degenerativas das articulações, fraqueza muscular e perda de tônus
muscular. Tudo isso faz com que os gatos restrinjam sua atividade e habilidade
para participar da vida familiar. Muitos gatos ficam tão carentes com o
afastamento que começam um processo de lambedura compulsiva,
levando a áreas extensas de alopecia, ou iniciam com o distúrbio de eliminação
de urina ou fezes em locais inapropriados. Viagens e hospitalizações são
pouco toleradas pelos gatos idosos. Tais gatos se alimentam pouco ou ficam
anoréticos, muito ansiosos e dormem pouco. É melhor deixá-los em casa sob os
cuidados de alguém familiar (“cat-sitting services”). Constipação é um
dos problemas freqüentes do gato idoso. Os fatores de risco são: falta de
exercício, retenção fecal voluntária, dieta inapropriada, dor por impactação da
glândula adanal, redução da motilidade intestinal e fraqueza da musculatura
intestinal. As fezes se apresentam mais ressecadas e endurecidas. Doenças
periodontais levam a processos extremamente dolorosos e fazem com que os
gatos recusem o alimento. A perda de peso é um problema sério no gato
idoso e deve ser investigada se é devido a problemas dentários, endócrinos,
afecções de má absorção e/ou a uma percepção mais fraca dos odores e sabores
dos alimentos.
O
gato é por natureza um grande consumidor de proteínas, não há razão alguma
para reduzir drasticamente o fornecimento protéico quando ele envelhece. Esta
restrição poderia ser prejudicial a sua saúde. Enquanto que a restrição
protéica não permite retardar o envelhecimento do rim, por outro lado
aconselha-se uma diminuição de fósforo na dieta. Com esta medida pode-se
esperar um retardamento do declínio da função renal. Os alimentos que
acidificam a urina dos gatos são desaconselhados após os 10 anos de idade.
Estes alimentos parecem favorecer o desenvolvimento de cálculos urinários de
oxalato, os quais são mais frequentemente observados em gatos idosos. Além
disso, é melhor evitar alimentos acidificantes em animais cuja função renal
poderia estar prejudicada.
Como
consequência de um aumento na expectativa de vida do gato, observamos cada vez
mais as doenças crônicas. As doenças encontradas com maior frequência em
gatos idosos são: insuficiência renal crônica, problemas
dentários, tumores (adenoma funcional da glândula tireóide, acarretando em
hipertiroidismo), degenerações ósseas e musculares, doenças
cardiovasculares e diabetes mellitus.
O
programa preventivo de saúde para o gato idoso deve ser iniciado a partir da
faixa etária de 7 a 11 anos de idade e deve continuar por todo resto de sua
vida. Esse programa tem sido recomendado pela Associação Americana de
Clínicos Especialistas em Felinos e pela Academia de Medicina Felina, em 2005,
num painel para reportar os cuidados com o paciente felino idoso. Caso o gato
não demonstre nenhum tipo de doença, na avaliação deve constar: avaliação
completa da história médica pregressa e do comportamento do animal, exame
físico completo, aferição da pressão arterial e exames sanguineos, que
ajudam a estabelecer o que está normal e reconhecer o mais cedo possível o que
está errado. É fundamental avaliar o peso do animal e as condições corpóreas e
compará-las com aferições anteriores, para verificar se houve perda ou ganho
substancial. A recomendação para pacientes que estejam portando alguma
enfermidade é similar as anteriormente mencionadas associadas aos exames
específicos para as afecções.
www.blogfelino.com.br
Por
Raquel Redaelli – Médica Veterinária
Gostei do que li.Estava em dúvida quanto a saúde da minha gata que completará 20 anos no próximo novembro.Ela se alimenta e dorme bem,continua com bom olfato e visão,mas está perdendo muito peso.A levarei amanhã ao veterinário,e espero que só precise de vitaminas,pois não considero justo que se algo que nos faça sofrer,eu e ela....
ResponderExcluirOi Anna, como está sua gatinha? Eu tenho 3 gatas siamesas e são irmãs, e tbem estão fazendo 20 anos agora em maio. Estão nessa fase de perder peso, me preocupa, vc achou q vitaminas resolveu? Mudou alguma coisa na alimentação dela?
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